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terça-feira, maio 15, 2012

Ruínas de Santa Clara-a-Velha

Ruínas de Santa Clara-a-Velha by VRfoto
Ruínas de Santa Clara-a-Velha, a photo by VRfoto on Flickr.

COIMBRA (Portugal): Ruínas de Santa Clara-a-Velha.

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Interessante descrição do padre jesuíta Pedro Perpinhão, em 1559:

Dentro estavam dois claustros, de tamanho semelhante, mas de diferente
nobreza. Um, unido ao próprio templo, foi edificado de forma mais
magnificente. Com efeito, está limitado por quatro galerias, com tetos
de formato abobadado, com uma multidão de pilares sustentando paredes
arqueadas5, com uma tal quantidade de colunas, em grupos de oito
sustentando cada um seu pilar, que rivaliza, em amplitude, em arte e em
firmeza, com todas as obras dos reis mais ricos.
No complúvio que está a meio, existe um tanque grande e, dele, nos
quatro cantos, outras tantas fontes aí colocadas derramam água com
agradabilíssimo som. Ao lado, um poço, quando enche, previne muitos antes
que as inundações do rio vão trazer grande incómodo, se não se fugir dele,
como se de um sinal dado de um lugar de observação. O que resta do espaço
verdeja com ervas requintadíssimas, arbustos e árvores.
Aqui, é admirável de ser dito, existem cinco fileiras de quartos, das quais
qualquer uma parecerá poder ser suficiente para uma comunidade não
pequena, para além de duas menores. Aqui, uma sala de reuniões, com
o comprimento de uma vez e um terço da largura, ilustríssima, seja pela
abundância de janelas e portas, seja pelo traçado apropriado, cujas paredes
interiores são ornadas de mosaico lavrado6, com tal dignidade que parece
ter sido feita para acalmar todas as revoluções da alma. Aqui, finalmente,
um refeitório tão amplo em comprimento e largura que podem sentar-se
nele, da forma mais cómoda, duzentas freiras. E, assim, quer por causa
desta tão vasta magnitude, quer porque, quando o rio crescia, se enchia
com uma humidade doentia, ele não era utilizado. Diante deste refeitório,
existia uma fonte para lavar as mãos, feita de pedra, coberta por um teto
abobadado, suspenso e apoiado em 40 colunas.


Perpiniani, P. J. (1749), “De Vita et Moribus B. Elisabethae Lusitaniae
Reginae libri III”, in Opera, Tomo II, Romae, 305-391.

info: Toipa,Helena Costa - Três momentos na existência do
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, Coimbra

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